Destaque

Conheça o legado de Abu Usman Amr Bahr Alkanani al-Basri

Você sabia que mil anos antes de Darwin – o livro A Origem das Espécies é de 1859 – um filósofo negro muçulmano chamado Abu Usman Amr Bahr Alkanani al-Basri, mas conhecido como Al-Jahiz já tinha escrito um livro sobre como os animais evoluem e chamou esse processo de seleção natural? O livro se chama “Kitab al-Hayawan” (O livro dos animais, em tradução livre). Com mais de 200 livros escritos o filósofo era estudioso de geografia, ciência, gramatica árabe e literatura. “O Livro dos Animais” é uma enciclopédia que apresenta 350 espécies, além de ideias que antecipam em muito as teorias do Darwin.”Os animais estão envolvidos numa luta pela existência e pelos recursos, para evitar serem comidos e se reproduzirem”, escreve Al-Jahiz.”Os fatores ambientais influenciam nos organismos fazendo com que desenvolvam novas características para assegurar a sobrevivência, transformando-os assim em novas espécies.” “Os animais que sobrevivem para se reproduzir podem transmitir suas características exitosas a seus descendentes”.”Estava claro para Al-Jahiz que o mundo animal estava numa luta constante para sobreviver, e que uma espécie sempre era mais forte que outra”, afirma o artigo da BBC News Brasil.Quando mais a gente estuda mais percebemos que as primazias européias não passam de propaganda. O estudo da História é um dos mais importantes do mundo, dedique-se a ele.Fonte: BBCNews.

Fonte: https://www.facebook.com/MDAMULHERISMOAFRICANO

A rainha-mãe africana que foi enviada ao Brasil:Agontimé

Por Lucas Gomes e
Fredy Alexandrakis

em 19 de novembro de 2021

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/especial/2021/11/19/A-rainha-m%C3%A3e-africana-que-foi-enviada-ao-Brasil-Agontim%C3%A9
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Membro da realeza do Daomé, ela foi escravizada após uma disputa familiar. As hipóteses sobre sua trajetória do outro lado do Atlântico sugerem uma importante influência sobre a cultura brasileira

Dinâmicas do comércio de escravizados, disputas sucessórias de um extinto reino africano e o desenvolvimento de uma nova religião são elementos que se cruzam na história de Agontimé, figura pouco conhecida pelos brasileiros. Com origem na nobreza do Daomé, no atual Benin, ela teve um destino comum a mais de 12 milhões de africanos: acabou transportada contra a própria vontade às Américas no tráfico transatlântico de pessoas.

Pouco se sabe sobre sua trajetória a partir daí. Muito provavelmente, veio parar no Brasil, assim como a maior parte dos escravizados que partiram do golfo do Benin no século 18 — região que ficou conhecida como Costa dos Escravos. Segundo uma hipótese, aqui ela teria ganhado outro nome: Maria Jesuína. E continuando seu culto às divindades daomeanas, fundou no Maranhão um dos primeiros centros religiosos de matriz africana, que virou modelo para a região. Saiba quem foi Nã Agontimé:

em Daomé

Benin

Abomey

Nigéria

Gana

Togo

Reino de Daomé, atual Benin

Golfo do Benin

A corte do rei Agongono

REINO DE DAOMÉ

Agontimé era uma das oito esposas de Agongono, monarca do antigo Daomé, localizado no atual Benin

O reino foi fundado pelo povo fon por volta de 1600 e existiu até 1904, quando foi dominado pela França.

Estabeleceu-se como uma potência no tráfico de escravizados com a conquista de cidades costeiras. Lá se cultuavam divindades chamadas voduns, às quais eram feitos sacrifícios humanos em celebrações anuais.

No século 18, o reino tinha uma economia baseada na conquista de outros povos e venda de escravizados aos europeus

Sucessão

ORÁCULO DE IFÁ

O Ifá é um sistema divinatório com origem na etnia iorubá, da região da Nigéria.

As consultas são mediadas por um sacerdote, que seleciona aleatoriamente um conjunto de textos míticos e ajuda a interpretá-los.

Foi reconhecido como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2005.

Adandozan era filho do rei e herdeiro do trono de Daomé

Após consultar o oráculo de Ifá, no entanto, Agongono decidiu que seu sucessor seria o jovem Gapê, seu filho com Agontimé

Reino de terror

O TRONO DESTRUÍDO

Quando Agongono morreu, em 1797, Adandozan contrariou os desejos do pai e tomou o poder

O trono do rei Adandozan pertencia ao acervo do Museu Nacional e foi destruído no incêndio de 2018.

Acredita-se que o objeto tenha feito parte de uma coleção enviada pela embaixada do próprio Adandozan a Dom João 6º, de Portugal, em 1810.

Ele ficou conhecido por sua crueldade como governante. Sob seu reinado, cidadãos do próprio Daomé passaram a ser vendidos ao tráfico de escravizados pela primeira vez

PARTE 2

Isolada do reino

ÁFRICA

Porto de Uidá, no atual Benin

Costa

da Mina

Oceano

Atlântico

Rota da Mina

AMÉRICA

DO SUL

TRÁFICO DE PESSOAS

Rumo ao Novo Mundo

Na disputa sucessória pelo poder, Adandozan enviou membros da família real às Américas como escravizados

TRÁFICO DE

ESCRAVIZADOS

De meados do século 16 até o século 19, o golfo do Benin ficou conhecido como Costa dos Escravos.

Daomé estabeleceu uma lucrativa relação comercial com os portos brasileiros, que se manteve forte por décadas, mesmo após acordos com o Império Britânico pela abolição do tráfico de escravizados.

Um deles foi Agontimé. Seu destino exato ainda é incerto

Em busca da rainha-mãe

TRAFICANTE ALIADO

Gapê destronou Adandozan em 1818, coroando-se rei e adotando o nome Ghézo

Um dos aliados de Ghézo na busca por Agontimé foi o mercador de escravizados brasileiro Francisco Félix de Souza. Enviado à África em 1788, tornou-se comandante do porto de Uidá, ainda sob o reinado de Agongono.

Félix chegou a ser preso por um conflito com Adandozan e fez um pacto de sangue com Ghézo, ajudando-o a derrubar o irmão. Ganhou o honorífico de chachá e monopólio da exportação de escravizados.

Ele nomeou Agontimé como kpojito, rainha-mãe, e enviou uma comitiva em sua procura nas Américas

Sem rastros

KPOJITO

Aqui a história da rainha-mãe passa a ter menos registros históricos e entra no campo da especulação

Agontimé ficou conhecida como Nã Agontimé. Nã era um título honorífico. E a kpojito, rainha-mãe, era apontada pelo rei entre as esposas do monarco antecessor.

A escolha de Agontimé, quando ela já estava perdida nas Américas, pode simbolizar a rivalidade de Ghézo com Adandozan.

Há relatos de que Agontimé foi encontrada no Brasil e levada de volta ao Daomé, outros apontam que ela nunca foi achada

PARTE 3

Um ritual de fé

Oceano

Atlântico

Baía de

Marajó

Casa

das Minas

Pará

Maranhão

EM SÃO LUÍS

BRASIL

Primeiros indícios

HISTÓRIA DA CASA

Historiadores encontraram pistas do paradeiro de Nã Agontimé na Casa das Minas-Jejê, templo em São Luís (MA)

O nome Casa das Minas-Jejê é relacionado à origem dos africanos que fundaram o centro, por volta de 1840. “Minas” vem de Costa da Mina, ou Costa do Ouro; “jejê” é um grupo étnico presente no Daomé.

O centro tinha estrutura matriarcal e teve oito gerações de sacerdotisas (vodunsis), mas, por falta de sucessoras, não realiza ritos religiosos desde 2015.

As divindades cultuadas pela casa eram as mesmas da antiga realeza daomeana, e houve forte fluxo de escravizados do reino ao Maranhão no século 18

Sob outro nome

Agontimé pode ter sido a mesma pessoa que Maria Jesuína, fundadora do centro, segundo teoria desenvolvida pelo antropólogo francês Pierre Verger

VODUNS

O Maranhão é o único lugar das Américas onde se encontraram cultos às divindades ancestrais da realeza do Daomé.

O nome africano da Casa das Minas é Querebentã de Zomadonu, o que significa algo como “Casa grande de Zomadonu”, em referência ao vodum protetor da fundadora Maria Jesuína.

A rainha-mãe teria sido enviada ao país com dezenas de suas criadas, o que coincide com descrições do grupo que fundou o templo

Influência na religião

A Casa das Minas é apontada como o primeiro templo de tambor de mina no Maranhão

TAMBOR DE MINA

Assim como outras religiões afro-brasileiras, o tambor de mina tem como característica o estado de transe ou possessão assumido pelas vodunsis, que incorporam divindades durante o culto.

Outro importante terreiro maranhense, contemporâneo da Casa de Minas, é a Casa de Nagô. Ambas foram tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Também foi um dos primeiros centros religiosos de matriz africana no Brasil. Embora não tenha casas filiadas, serviu de modelo para outras no Norte e Nordeste do país

Fonte: CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. A Casa das Minas de São Luís do Maranhão e a saga de Nã Agontimé. Sociologia & Antropologia, v. 9, n. 2, p. 387-429, 2019.

Produzido por Lucas Gomes

Texto por Fredy Alexandrakis

Design e ilustrações por Lucas Gomes

Desenvolvimento por Caroline Souza

Edição por Gabriel Zanlorenssi

©2021 Nexo Jornal

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rainha Jinga (ou Nzinga) de Matamba

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, em pé e monumento

Estátua dedicada à rainha Jinga (ou Nzinga) de Matamba, em Angola. Por quatro décadas, a poderosa soberana africana usou a guerra e a diplomacia para impedir o avanço do colonialismo português em seus territórios, no século XVII. Embora tenha sido uma das mulheres mais importantes da história da África, não existe qualquer retrato ou ilustração contemporânea do rosto da rainha Jinga de Angola, que reinou entre os anos de 1622 a 1663. A maioria das imagens produzidas sobre ela são baseadas nos escritos de Frei Cavazzi, que viveu na corte de Ndongo durante o governo da soberana. Numa litogravura clássica, feita muitos anos depois de sua morte, Jinga aparece de forma bastante europeizada, para não dizer também sexualizada, com o seio esquerdo à mostra. Levando isso em consideração, a estátua da soberana oferece ao apreciador outro perfil, mais imponente. A soberana está vestida em ricos tecidos, com um machado de guerra na mão direita, símbolo de sua realeza e coragem em batalha.

Texto: Renato Drummond Tapioca Neto

Rainha Yaa Nana Asantewaa

Fonte: https://www.facebook.com/MDAMULHERISMOAFRICANO/photos/a.121570209215205/588639705841584/

Único registro fotográfico da rainha-mãe da nação Ashanti, Yaa Nana Asantewaa, que no ano de 1900 liderou seu povo contra os ingleses na guerra conhecida pelo “Trono de Ouro”. Mulher forte e destemida, Nana defendeu a integridade de sua terra e cultura e acabou se tornando um exemplo de liderança feminina africana, comprovando assim que as mulheres tiveram um papel decisivo na luta contra o imperialismo. Assim como Yaa Asantewaa, muitas tomaram parte na cruzada pela autonomia do continente e, em alguns casos, atuaram inclusive como diplomatas. 

Racismo, Pandemia e Vacina

27 de abril – Dia Nacional da empregada doméstica.

28 de abril: Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho e Dia Mundial da Educação

Em 2019, o Brasil registrou um número recorde de trabalhadores e trabalhadoras domésticas: mais de seis milhões – e a maioria sem carteira assinada. A falta de oportunidade no mercado de trabalho, Fez com que muitos profissionais estão migrassem para a categoria do emprego doméstico aumentando o número de trabalhadores domésticos no país e, consequentemente, a informalidade, sendo uma profissão Predominantemente feminina.

Em 2020 com a pandemia o grupo de profissionais do trabalho doméstico sofre com o desemprego e com a exposição à Covid-19.Neste mesmo ano no Distrito Federal, Por conta da crise do coronavírus, o país perdeu 1,5 milhão de trabalhadores domésticos em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas como exemplo, no Distrito Federal 24.000 empregadas domésticas formais e informais perderam seus empregos, Segundo dados reunidos pelo Instituto Doméstica Legal, onde também tem o agravo que em sua maioria são mulheres , negras e provedoras do lar, Com a flexibilização do isolamento social no Brasil e sem um plano nacional de vacinação os trabalhadores e trabalhadoras da categoria agora lidam com maiores riscos de contrair a Covid-19.

Já para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), 2021 é o ano onde a atenção dos locais de trabalho são os surtos ás doenças infecciosas tendo como foco a Covid-19 ,pois é preciso conter o crescimento de novos casos em muitos países e os grandes desafios são para os Governos, empregadores e empregados e para as Organizações que estão tentando conter a epidemia ao mesmo tempo que tenta proteger sua mão – de – obra, mas a maior preocupação da OIT hoje, além da crise, é a retomada da atividade econômica sem manter os avanços feitos supressão da transmissão, E o caso do Brasil. Onde Governo Federal e Estados não chegam a acordo e preferem por em risco a vida dos e das trabalhadoras tanto domésticas quanto da população em geral , maquiando bandeiras , como por exemplo, preta para vermelha, para poderem permitir a volta ás aulas e outras atividades, Estados em sua maioria onde já estão faltando insumos, remédios e leitos para atender o grande número de pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19, bem como, muitos médicos receitando tratamento preventivo com remédios ineficazes , já comprovados pela OMS que causam mais danos á saúde das pessoas do que previnem do Vírus, estatisticamente, a população que esta morrendo do vírus é a população negra, indígena e periférica, onde já se sabe fazem parte do quadro de trabalhadoras e trabalhadores domésticos formais e informais, construção civil, dentre outros que não tem auxílio emergencial que sane suas necessidades de alimentação e moradia , no mínimo.

Também vimos no ano de 2020 o mundo lutar por uma sociedade anti-racista , onde o mote da visibilidade desta luta foi o assassinato de jorge Floyd, Asfixiado pela olicia quelá e cá são treinadas para dizimar os corpos negros não importando se é asfixiado ou por ‘bala perdida” , a diferença é que lá além de protestos da população negra e a luta anti racista ser um pouco mais sincera , aqui o Estado, o judiciário nem se dão ao trabalho de levar e fazer justiça para que a família que teve seu ente querido a vida ceifada abruptamente , possam se sentirem justiçados. Mas o que isto tem haver com as empregadas domésticas, pandemia e vacina?

Bem , se você chegou até aqui , vamos desenrolar..

Racismo, Pandemia e Vacina

1 – Abolição da escravatura 1888, condições pra população negra recomeçar suas vidas no país que sequestrou seus antepassados reis, rainhas , dentre tantas e tantos intelectuais , sábios , etc.. e estuprou nossas ancestrais, fez dos homens negros reprodutores enfim… Libertou obrigado pelas sanções econômicas e pela falência dos vagabundos, que achavam que só ter mão de obra negra os deixariam cada vez mais ricos e como todos sabemos, de herança, só receberam e assim, passaram-se séculos e séculos, amém? É a Igreja também tem uma boa parcela de culpa neste genocídio todo no passado e no presente, as religiões monoteístas proporcionaram e proporcionam discursos e governos que dizimam os povos originários e negros em nome da família, da moral e dos bons costumes, o tripé da desfaçatez dos RACISTAS e que fizeram as leis para os beneficiar e continuarem explorando, matando e destruindo a vida destes povos. Assim, diante de uma pandemia não seria diferente.

2- Com a pandemia vimos onde a corda arrebentou, na população negra, indígena e periférica, arrebentaria com um governo que prega a necro política como plataforma de desenvolvimento? Também, não arrebentaria com outro Governo? Seria mais amena para estas populações? Poderia ser mais amena, talvez um auxílio emergencial com um valor que desse para todos os seguimentos: do trabalho informal ás micro empresas, realmente se sentirem seguros e cumprirem as regras do isolamento social, incentivo ás pesquisas para desenvolver vacinas, um plano nacional de vacinação, mas não… portanto, retornamos ao âmago do questionamento que é o RACISMO! Putz, outra vez?

3- Sim, outra vez! Voltando lá no inicio do texto, que estamos usando como exemplo. Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas, que sabemos que em sua maioria são pessoas negras, mulheres e periféricas são uma das categorias que desde o inicio da pandemia não puderam respeitar o isolamento total porque tinham que arranjar algum, já que muitos perderam seus empregos, outros já não tinham e como sobreviviam com as sobras, nem estas mais haviam, pois os restaurantes fechados, nada de restos, outros mais privilegiados , home office, perfeito! Mas e a vacina? O que tem haver com isto? E com Racismo? E com a Maria, empregada doméstica? Bem, Maria pegou COVID-19,não sabe se do Transporte público cheio como sempre, do filho ou da filha da patroa que saem pras baladas ou do próprio filho que também sai pra trabalhar e vai prás baladas na comunidade, bem, Maria, sobreviveu ao COVID -19. TÁ SEQUELADA, mas tá viva! Porém, perdeu a mãe, o paí e um irmão, pedreiro…tinha comorbidades , era diabético. Bom, Maria é um exemplo de que a vacina não vai chegar a ela tão cedo, nem pro que restou para sua família, seus filhos, já que o tal governo Federal e nem os Estaduais, fizeram um planejamento e estão brigando entre si e parece que não tem insumo o suficiente e o advogado, o fisioculturista, o empresário, enfim… quem tem diploma , que trabalha ou pode trabalhar em home office, está reivindicando suas doses e as Maria que se lasquem, que se reinfectem, que estudem, que lutem, afinal VACINA É PRÁ TODOS, desde que seja minha categoria primeiro. Ah,não tá entendendo onde está o RACISMO nesta narrativa toda? Então, você não entendeu nada da sua narrativa anti-racista.

 Dona  Cleonice primeiro caso de morte pelo Coronavírus no país, 16 de março de 2020,  empregada doméstica na cidade do Rio de Janeiro.
Este texto é em homenagem a Dona Cleonice primeiro caso de morte pelo Coronavírus no país, 16 de março de 2020, empregada doméstica na cidade do Rio de Janeiro.

Hoje, 3 120 mortos por corona vírus – Ano 2 da pandemia , ano 3 do pandemônio

#ForaBolsonaroGenocida.

Leila Negalaize Lopes

Jornalista

Ativista afro lésbica distópica.

Membro Rede Sapatà

(Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos das Lésbicas e Bissexuais Negras)

Black is King: Uma análise decolonial

De Ana Beatriz Almeida.

“O mundo é a jornada, lar está para além dele”
Provérbio Vodoun

A jornada da multi-artista Beyoncé Knowles-Carter com o Oeste Africano começa antes do que se possa ver. Em 2013 ela já trabalhava com o co-diretor de sua obra mais recente, “Black is King” (2020), o ganês fante Kwasi Fourdjour na obra “Drunk in Love”. Ele é um dos responsáveis pela aproximação entre África e diáspora nas referências culturais presentes no trabalho da artista ao longo dos anos. É de autoria dele o time diverso de co-diretores responsáveis por conectar as diferentes culturas africanas numa narrativa comum: os ganeses Emmanuel Adjei e Blitz Bazawule e os nigerianos Jenn Nkiru e Ibra Ake.

Elegante, a dupla inicia a obra “Black is King” introduzindo o espectador a Áfricas diferentes: o deserto com seus povos nômades – com referência direta aos tamashekis e massais; a bacia do Sudão (ou o sul da África), caracterizada pelas savanas; e a África ocidental, tropical, com rios e cachoeiras, terra dos ewe, yorubas e fantes. Ainda que seja impossível dar conta de toda vastidão de culturas do continente, as primeiras imagens da obra deixam nítida a mensagem de que não existe apenas uma África. 

A obra, narrada por ritos, inicia-se com a voz de Beyoncé, que surge em off nos primeiros segundos de “Black is King” e faz referência ao ritual de nascimento da etnia Zulu, algo que também foi feito no filme original “O rei leão”. Os zulus estão em grande parte na África do Sul e suas tradições integram a cultura afro-brasileira de influencia Bantu. Os lideres humanitários Nelson Mandela e Zumbi dos Palmares, bem como a artista visual Helen Sebidi, são exemplos de exponentes zulus relevantes para a modernidade. Na narrativa de Beyoncé, o herói Black é original desta etnia e, havendo nascido rei, seu nascimento é marcado pelo ritual de reconhecimento dos ancestrais. Assim como no candomblé, a cor branca aparece como referência aos antepassados, que segundo a lógica zulu habitam o mar.

Podemos observar uma intersecção com a cultura ewe, presente na Nigéria, Benin, Togo e Ghana. Segundo as culturas zulu e ewe, a cabaça representa o feminino. Para os ewe, o mar é símbolo do desconhecido e do impenetrável, eles o chamam de Hú, uma força sobrenatural – que aparece no inicio do ritual de iniciação com uma cabaça cortada ao meio – representada por um dançarino azul turquesa que acompanha Beyoncé em diversos momentos ao longo da obra.

Grupo etno-linguístico africano que configura como o primeiro a ser escravizado e trazido para o Brasil.

Artista sul-africana que tomou parte da primeira edição da Death & Life Residency (2019).

continua AQUI

Ignorados pela história: conheça inventores negros que ajudaram o mundo

Por: Maria Fernanda Garcia

Muitas coisas que temos no nosso cotidiano foram criadas ou aprimoradas por inventores negros, incluindo escravizados. A influência deles passa por itens como lâmpadas, elevadores, máquinas de costura e semáforos. Um único inventor afro-americano registrou mais de 60 patentes ao longo de sua vida

Lewis Latimer, inventor das lâmpadas duradouras (à direita), e Garrett Morgan, inventor de semáforo aprimorado e da máscara de gás

Quando pensamos em grandes inventores, geralmente os primeiros nomes que nos vêm à mente são de pessoas brancas. Lembramos de inventores como Thomas Edison, o criador da lâmpada elétrica incandescente; Alexander Graham Bell, protagonista dos primeiros passos da implantação do telefone como meio de comunicação de massas; Alberto Santos Dumont, pioneiro da aviação, entre outros.

O que muitas pessoas não sabem (ou pelo menos não lembram com frequência) é que inventores negros, incluindo escravizados, criaram ou aprimoraram muitas coisas que facilitaram a nossa vida, apesar de terem sido ignorados nos livros de história pelo mundo.

O afro-americano Benjamin Montgomery, nascido na escravidão em 1819, inventou uma hélice de barco a vapor projetada para águas rasas. Esta foi uma invenção valiosa, pois facilitou a entrega de alimentos e itens críticos. Montgomery tentou solicitar uma patente. O pedido foi rejeitado devido ao seu status de escravo. O sistema de patentes, que começou oficialmente em 1787 nos Estados Unidos, não estava aberto aos afro-americanos nascidos de escravos, pois não eram considerados cidadãos.

Essa barreira não impediu que os afro-americanos inventassem e que suas patentes fossem exploradas. De acordo com uma pesquisa feita por Shontavia Johnson, advogada e professora de Direito de Propriedade Intelectual da Drake University, os proprietários muitas vezes tomavam crédito por invenções escravas.

A própria lâmpada foi inventada por Thomas Edison, mas a inovação usada para criar lâmpadas mais duradouras com um filamento de carbono veio do inventor afro-americano Lewis Latimer. Latimer, filho de escravizados fugitivos, começou a trabalhar em um escritório de advocacia depois de servir nas forças armadas da União durante a Guerra Civil. Ele foi reconhecido por seu talento na elaboração de patentes e foi promovido a chefe de desenhista, tendo participado da invenção de um banheiro aprimorado para trens ferroviários.

O uso de elevadores na vida cotidiana impede as pessoas de se comprometerem com longas e cansativas subidas de vários lances de escada. Antes das portas automáticas, as pessoas tinham que fechar manualmente as portas do poço e do elevador antes de andar. Quando a filha do inventor afro-americano Alexander Miles caiu quase fatalmente no poço, ele decidiu desenvolver uma solução. Em 1887, ele patenteou um mecanismo que abre e fecha automaticamente as portas do poço do elevador e seus projetos são amplamente refletidos nos elevadores usados hoje.

Filho de um escravizado e com apenas o ensino fundamental, o inventor negro Garrett Morgan foi responsável por várias invenções importantes, incluindo uma máquina de costura aprimorada e a máscara de gás. No entanto, uma das invenções mais influentes de Morgan foi o semáforo aprimorado. Sem sua inovação, os motoristas de todo o país seriam direcionados por um sistema de duas luzes.

Frederick McKinley Jones registrou mais de 60 patentes ao longo de sua vida, incluindo uma patente para o sistema de refrigeração montado no teto usado para refrigerar mercadorias em caminhões durante o transporte prolongado em meados da década de 1930. Ele recebeu uma patente por sua invenção em 1940 e foi cofundador da Thermo Control Company dos EUA, mais tarde conhecida como Thermo King. A empresa foi muito importante durante a Segunda Guerra Mundial, ajudando a preservar sangue, alimentos e suprimentos durante a guerra. Graças a Jones, os produtos congelados ficaram mais acessíveis e são consumidos no mundo todo.

Além desses, muitos outros itens do nosso cotidiano tiveram a participação de inventores negros, incluindo um dos uísques mais vendidos do mundo.

Fontes: History e The conversation

Fonte:https://observatorio3setor.org.br/noticias/ignorados-pela-historia-conheca-inventores-negros-que-ajudaram-o-mundo/

Uma vida de luta, uma partida Silenciosa

66649990_10220305426488390_8804916766229659648_nA geração da década de oitenta que dedicou sua juventude para a militância, lutou por um Brasil democrático, movimento estudantil, movimento diretas já, retorno dos exilados, onde estão? Um país sem Racismo, Seximo, LGBTfobia, Moradia para todos, combate a extrema pobreza. Onde estamos?
Muitos de minha época ainda militam, outros se tornaram deputados, vereadores alguns saíram ilesos, outros se venderam ao sistema e hoje coadunam com as aberrações dos cortes públicos e privatizações; os que em sua verve corre o sangue da justiça, da democracia e dos Direitos humanos, estão sobrevivendo como? Todas e todos de alguma forma tiveram condições de dedicar suas juventudes e vida para atravessar o período de um ‘novo mundo é possível!” , acreditamos na utopia de vivermos em um país justo e igualitário, claro, sabendo-se que nunca no mundo político partidário o mundo será justo e igualitário. Fico me perguntando onde nos perdemos? Qual a curva que entramos em reta e nos estatelamos no muro do fascismo e por ele fomos absorvidos pouco a pouco até chegarmos no Brasil de Nárnia Hitleria?
Hoje são reformas que buscam cada vez mais deixar o pobre mais pobre, o genocídio da população negra crescente , a violência contra a mulher sem freio, Direito Humanos é uma palavra que para muitas pessoas soa como palavrão, onde só serve para defender bandidos. Onde as políticas públicas de assistência social retroagiram, para que as primeiras damas e a elite posa fazer seus selfies distribuindo cobertores e sopa, para descarregarem suas culpas e é que tem, de terem herdado as fortunas que foram ganhas as custas do genocídio dos povos indígenas, no lombo dos escravos e os novos ricos através da corrupção. A Narnia Hitleriana que vivemos hoje, faz olho grossos para fraudes no Imposto de Renda, para Assassinatos de lideres indígenas, quilombolas, de Direitos Humanos, jornalistas e parlamentares. Tem um livro com um título que dá para entendermos um pouco o que estamos passando neste mundo de guerra tecnológica. ELEGEMOS UM MEME. E este meme abriu o HTML quebrado que o Brasil escondia enquanto ainda viviamos num Estado discado e sem fibra ótica. A maioria dos Estados com governadores mediocres que foram eleitos por suas caras de memes perfeitos, que ó visam o lucro e que mais uma vez o povo que morra de fome de frio de inaniçao, se suicide por não conseguir pagar as contas ou o próprio Estado mata tendo como alvo a cor e o território onde suas forças acreditam ser o empecilho para construirem a Nárnia Hitleriana Perfeita.
Assim, esta o Estado do Rio Grande do Sul, onde um dia foi referência de propor ao mundo políticas púplicas de inclusao s ocial, hoje é referência que o mundo não quer estar. A Assistência social foi sucateada e a crueldade é maior ainda, quando em noites frias, muitas vezes beirando temperaturas abaixo de zero, omadas a chuva, manda retirar cobertores e colchões de moradores de rua e ainda molham o espaço para que não retornem. Ontem na primeira noite, mais rigorosa de frio na cidade de Porto Alegre, um morador de rua, em princípio como acontece com todos e todas as moradoras de rua, sem nome, em identificação, ninguém quer saber do histórico desta pessoa, destas famílias que habitam as marquises e viadutos das cidades. É Muita crueldade, muita hipocrisia, ter que contar com clubes de futebol, para fazerem o papel do Estadom que sucateia tudo em nome do capital. É saúde, salários parcelados, desemprego e muito mais. Nda de investimento para a incusçao social, só retirar e fazer um país com um domo, dentro do domo os opressores com seus carrões , anéis, botox e carteira recheada de grana e cartões de crédito com a grana que deveria ser para o bem estar da população. Então, distribui cobertores e sopão pra lavar melhor.
A situação dos moradores de rua é um reflexo de variantes, alguns por não se darem com o estilo de vida que a família lhe imos, outros pela questão da LGBTfobia, outros pela questão do alcool e das drogas e outros que em algum momento a vida lhes faltou a oportunidade e foi isto que acredito que tenha acontecido com o morador de rua encontrado morto na rua Duqye de Caxias. Quando li, senti muito, mas de alguma forma a gente se revolta e segue a vida lutando na comunidade ou até onde conseguimos, pois em Narnia hitleriana, a Saúde mental é necessessaŕia para também sobrevivermos. Hoje, recebo a notícia, que o Morador de rua que seria enterrado como indigente, era o Binho, o nome dele é Cleber Costa. No conhecemos no Movimento Estudantil no final da década de oitenta e lutamos muito, fizemos muitos planos para derrubar a burguesia, entramos na Universidade juntos, ele em jornalismo eu em Publicidade e Propaganda, Ele ainda ousou mais e passou na UFRGS fazendo outra facul. ( como a gente chama no sul). Idealizou o Jornal Expressão Universitária e por ironia do destino uma das maiores campanhas do jornal, foi a campanha do Agasalho, na qual eu como diretora social, tocamos juntos. Foram em todas as universidades do Rio Grande do Sul, arrecadamos toneladas, mas não só arrecadávamos, a ação tinha um objetivo de incluir os moradores de rua em cursos que eles se interessassem com algumas universidades e ONGS, dai surgiu outro projeto que entregamos para os empresários, que disseram não ter interesse e surrupiaram as ideias e hoje é um projeto nacional de voluntariado. Binho era daqueles cara que incomodavam, muitas vezes com suas ideias para aleḿ do tempo, as vezes estapafúrdias demais para aceitarmos entrar na barca com ele e ele ia seguindo. Seguiu tanto que em algum momento a vida lhe pregou a peça e virou morador de rua e de seus sonhos, eram muitos acredito que alguns ele concretizou e devia estar já pensando em fazer algo em conjunto com os companheiros e companheiras desta dura jornada da rua. Nao sei se foram as drogas que lhe tiraram o foco, só sei que ele era isto que descrevi acima para mim. Um cara a frente do eu tempo, cheio de sonhos e utopias de que um outro mundo ainda era possível. Ma para ele o que foi de possibilidade se não a morte na mesma rua que passou sua infância e juventude, quando seus pais ainda eram vivos? t
talvez tenha subido para o Orum sonhando com seus pais e com um país justo e democrático e que aquela situação que estava já iria passar e ele se levantaria no outro dia quente de sol e com aquele sorriso maroto iria tentar convencer a galera que ainda e possível lutar para acabar com o Estado de ‘Narnia Hitleriana” fazendo o Levante.
Binho, siga em paz! Faz exatamente onde minutos que teu corpo foi enterrado, não mais como indigente, mas como Cleber Costa-Binho digno que um lutador por um Brasil democrático e de direitos.
Nó seguiremos aqui segurando a pemba e acreditando ainda que é possível mudarmos esta situação para todos e todas.

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Conheça dez mulheres negras que fizeram história na América Latina e no Caribe

Neste 25 de julho, é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha; Opera Mundi reuniu a história de algumas delas

Por Alê Alves, no Opera Mundi

Em 25 de julho de 1992, Santo Domingo, capital da República Dominicana, acontecia o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, criado em decorrência das dificuldades de mulheres negras se verem representadas no movimento feminista e no movimento negro.

Além das discussões sobre o machismo e o racismo, o Encontro se tornou um marco ao instituir o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A oficialização da data, reconhecida pela ONU ainda em 1992, busca dar visibilidade à história e às lutas de mulheres negras da região e pressionar o poder público para combater os problemas que atingem o grupo.

Embora as discussões sobre o machismo e o racismo ganhem cada vez mais espaço na sociedade brasileira, os desafios enfrentados por mulheres e negros no país continuam – em especial, para as mulheres negras.

Segundo o Atlas da Violência de 2018, o número de homicídios de negros cresceu 23%, enquanto o de brancos caiu 6,8%. Entre 2006 e 2016, essa mesma taxa cresceu 15,4% para cada 100 mil mulheres negras e diminuiu 8% para as não-negras.

A desigualdade também se encontra em outras áreas como a educação. O percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016.

Opera Mundi reuniu a história de dez mulheres negras que marcaram a história da América Latina e no Caribe – sobre algumas das quais ainda há escassez de informações e divulgação.

1) Tereza de Benguela (Brasil)

Nascida no século XVIII, liderou o Quilombo Quariterê, nas proximidades de Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso. Conhecida como “Rainha Tereza”, ela chefiou a comunidade formada por cerca de cem pessoas, entre negros e indígenas, entre 1750 e 1770.

Responsável pela estrutura administrativa, econômica e política da comunidade, a líder quilombola promoveu o crescimento militar e econômico do grupo após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por bandeirantes. Ainda hoje há divergências sobre a morte de Tereza Benguela – alguns historiadores falam que ela foi morta por soldados do governo local e outros defendem que ela se suicidou por rejeitar viver sob a escravidão. Em 2 de Junho de 2014, a lei nº 12.987 instituiu o dia 25 de julho no Brasil como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

2) María Remedios del Valle (Argentina)

Nascida em 1776, foi militar combatente na Guerra da Independência da Argentina. Considerada a “mãe da Pátria”, foi capitã em distintas batalhas históricas no exército do General Manuel Belgrano (considerado o “pai da Pátria”). Sua atuação se inicia em 20 de junho de 1810, com a primeira expedição militar que saiu da capital Buenos Aires rumo às províncias interiores do país. Esteve presente nas vitórias nas províncias de Tucumán (em 1812) e Salta (em 1813), no Norte do país. Nas derrotas das Batalhas de Vilcapugio e Ayohuma, María Remedios foi ferida por tiros, presa e submetida a nove dias de açoites públicos. Escapou da prisão e ajudou os outros combatentes de sua tropa. Após a Independência do país, permaneceu sem assistência e sem amparo. Em 1826, exigiu uma pensão do governo argentino pelos serviços prestados, o que foi primeiramente negado pelo Ministério da Justiça e depois aceito, em 1827, pelo Congresso argentino. Em 1829, deputados lhe outorgaram o título de Sargento Maior de Cavalaria. Sobre os últimos anos de sua vida, sabe-se pouco. Faleceu em 8 de novembro de 1847. Em memória à sua morte, estabeleceu-se em 2013 o dia 8 de novembro como “Dia dos Afro-argentinos”.

3) Virginia Brindis de Salas (Uruguai)

Virginia Brindis de Salas (pseudônimo de Iris Virginia Salas), foi ativista, escritora e a primeira mulher negra a publicar uma coletânea de poemas na América do Sul (“Pregón de Marimorena, em 1946 e depois “Cem Cárceres do Amor”, em 1949). Nascida em Montevidéu em 1908, é considerada a principal poeta afro-uruguaia.

Sua obra trata da cultura e dos costumes da população negra e denuncia o racismo no país. Virginia foi uma das principais integrantes do Círculo de Intelectuais, Artistas, Jornalistas e Escritores Negros do Uruguai (Ciapen, em espanhol), associação que buscava valorizar a cultura afro-uruguaia. Também escreveu para a revista Nossa Raça, uma das principais articuladoras do pensamento negro do país, entre 1939 e 1948, no segundo período da revista. A poeta morreu em 1958, e o governo uruguaio lhe concedeu o título de “Personalidade Afro-uruguaia” em 2012.

4)  Sara Gomez (Cuba)

Sara Gomez foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem em Cuba (“De Cierta Manera”, de 1974). Antes de se tornar diretora, atuou como jornalista, pesquisou sobre literatura e etnografia afro-cubana e estudou música durante seis anos no Conservatório de Havana. Integrou o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos (ICAIC) – criado logo após a Revolução.

Diretora de inúmeros curtas, sua obra é focada na cultura negra do país e nas questões vividas por homens e especialmente mulheres negras em um país pós-revolução. “De Cierta Manera”, sua única obra ficcional e de longa duração, retrata a vida cotidiana de pessoas do bairro Miraflores, no subúrbio da capital Havana. A diretora morreu em 1974, devido a um ataque de asma, mas o filme foi concluído em 1977 por três colegas diretores do ICAIC.

5) Amy Ashwood Garvey (Jamaica)

Nascida em 1897 em Port Antonio, na Jamaica, foi dramaturga e ativista pan-africanista – movimento político, cultural e intelectual que defendia a unificação de interesses comuns entre descendentes de africanos. Em 1914, foi uma das fundadoras da Associação Universal para Desenvolvimento Negro (UNIA, em inglês), influente organização anticolonial jamaicana que atuava contra o racismo.

Durante sua vida, Amy transitou entre países do Caribe (presidiu a formação da Aliança das Mulheres de Barbados) e da África (morou na Libéria por três anos, onde atuou pelo direito das mulheres do país), além de EUA e Inglaterra (onde fundou o Centro de Mulheres Negras de Londres, a Associação para Desenvolvimento do Povo Negro e o jornal Mundo Negro, além de integrar a Agência Internacional de Serviços Africanos). Morreu em 1969 na capital Kingston e até hoje é considerada um dos maiores nomes do movimento pan-africanista.

6) María Elena Moyano (Peru)


Nascida em 1958, María Elena Moyano foi ativista e dirigente social. Atuou contra a pobreza e pelos direitos das mulheres no Peru e foi opositora do Sendero Luminoso, grupo guerrilheiro com inspiração maoísta surgido no país nos anos 60. Conhecida como “Mãe Coragem”, Moyano participou de diferentes organizações de mulheres e, em 1983, presidiu a Federação Popular de Mulheres da Villa El Salvador (FEPOMUVES), distrito popular da província de Lima.

Em 1989, foi eleita vice-prefeita desta província. No final da década de 1980, o Sendero Luminoso começou a intensificar a perseguição a mulheres ativistas, sendo três delas mortas. Em 1992, Moyano foi assassinada aos 33 anos de idade. Além de ser baleada, teve o corpo dinamitado. Em 2017, o governo peruano outorgou uma condecoração póstuma a Moyano, no aniversário de 25 anos de sua morte.

7) Argelia Laya (Venezuela)

Nascida em 10 de julho de 1926, Argelia Laya foi educadora e atuou pelo direito das mulheres no país. Liderou o sindicato de professores nos anos 1950, integrou o Partido Comunista da Venezuela, dirigiu as Forças Armadas de Liberação Nacional (FALN) e esteve na guerrilha venezuelana nos anos 60 sob o nome de “Comandante Jacinta”.

Após romper com os guerrilheiros, ajudou a fundar o Movimento pelo Socialismo (MAS), em 1971, partido que presidiu posteriormente e pelo qual se tornou parlamentar pelo estado de Miranda, no norte do país. Foi a primeira mulher e primeira afrodescendente a liderar um grande partido político na Venezuela. Morreu em 27 de novembro de 1997.

8) Sanité Bélair (Suzanne Bélair – Haiti)

Nascida livre em 1781, Suzanne Bélair é considerada uma das heroínas da Revolução Haitiana (1791 – 1804). Apelidada por amigos de “Sanité”, Bélair foi sargenta e depois tenente das tropas de Toussaint Louverture, um dos maiores líderes negros da revolução que pôs fim ao regime escravista no Haiti. Participou dos combates de 1802, na cadeia montanhosa Matheux, no centro do país, contra a expedição napoleônica composta por mais de 20 mil homens enviada para reestabelecer a escravidão na colônia.

Capturada com seu marido, General Charles Bélair, Sanité não aceita ser decapitada – pena destinada às mulheres – e exige ser morta como os outros combatentes. É fuzilada em 5 de outubro de 1802. Sanité Bélair foi a única mulher na série comemorativa “Bicentenário do Haiti”, em 2004, que estampou fotos de figuras históricas do país nas cédulas do gourde, a moeda haitiana.

9) Martina Carrillo (Equador)

Martina Carrillo foi uma das líderes das revoltas de negros escravizados no Vale do rio Chota e do rio Mira, território marcado pelas comunidades afrodescendentes no Norte do Equador. Carrillo trabalhava na Fazenda Concepción, de onde fugiu com outros cinco escravizados, em 1778, e foi até Quito para denunciar abusos e maus tratos do administrador da fazenda, tais como quantidade insuficiente de comida, castigos físicos rigorosos e injustificados. O grupo conseguiu uma audiência com José Diguja, presidente da Real Audiência de Quito (unidade administrativa do Império espanhol). As reivindicações foram atendidas, mas, antes disso, Martina Carillo recebeu 300 chicotadas quando voltou para a fazenda. Ainda hoje, há poucas informações sobre sua biografia.

10) Solitude (Guadalupe)

Nascida cerca de 1772, Solitude foi uma das líderes da resistência ao regime escravista na ilha de Guadalupe. Nascida escravizada, torna-se liberta em 1794, na primeira abolição da escravidão nas colônias francesas. A partir de então, passou a integrar uma comunidade maroon – africanos escravizados que conseguiam escapar dos captores espanhóis e formavam grupos autônomos. Em 1801, Napoleão decide restabelecer a escravidão e envia batalhões para as colônias francesas no Caribe. Grávida de alguns meses, Solitude integra as tropas que se opõem ao restabelecimento do francês Jean-Baptiste de Lacrosse como Capitão-General de Guadalupe. Após dezoito dias de combate desigual (4.000 soldados franceses contra mil soldados apoiadores dos rebeldes), Solitude é presa em 23 de maio de 1802 e condenada à morte. Foi enforcada em 29 de novembro de 1802, um dia depois do nascimento do filho.

Fonte: https://racismoambiental.net.br

 

 

Nosso compromisso é VIVER

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Marielle!!!

Nós negras e negros temos que falar na cara do mundo: BASTA! Basta do autoritarismo/racismo do ESTADO que nos mata para manter o status quo do PODER BRANCO em COLONIZAR nossas VIDAS!
Se somos PRISIONEIROS DE GUERRA, SIm. Ainda somos prisioneiros de GUERRA, tá na hora de NOS LIBERTARMOS, para o VIVER BEM!!!
COMBATER O ESTADO AUTORITÁRIO E RACISTA, TEM QUE SER NOSSA PAUTA, INDEPENDENTE DE NOSSOS CREDOS, GÊNERO, CLASSE, TERRITÓRIO E ORIENTAÇÃO SEXUAL.
BASTA!!!
Este MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO NECESSITA SER MUNDIAL.

@Negalaize

We blacks and blacks have to talk in the face of the world: ENOUGH! Enough of the authoritarianism / racism of the STATE that kills us to maintain the status quo of the WHITE POWER in COLONIZING our LIVES!
If we are PRISONERS OF WAR, SIm. We are still prisoners of war, it is time to liberate ourselves, to LIVE WELL !!!
COMBAT THE AUTHORITY AND RACIST STATE, HAVE TO BE OUR GUIDE, INDEPENDENT OF OUR CREDES, GENDER, CLASS, TERRITORY AND SEXUAL ORIENTATION.
ENOUGH!!!
This LIBERATION MOVEMENT NEEDS TO BE WORLDWIDE.

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